Alguém bate à porta. É quase meia-noite. Pelo olho mágico nem uma viva alma. Quem bate?
O instinto de auto preservação grita dentro do peito, mas a curiosidade, aquela tentação quase orgásmica de saber o que há por detrás da madeira fria faz com que sua mão encoste no metal frio da maçaneta e gire-a, vagarosamente, no sentido anti-horário.
Pronto. A porta se abre.
Ninguém.
Apenas um sussurro: “deixe-me entrar”.
O fascínio que as pessoas nutrem pelo desconhecido, pelo estranho, pelo obscuro não tem nada a ver com maldade. Tem a ver com curiosidade.
Somos seres investigativos por natureza e, nada mais instigante do que a arte.
Olhar fixamente para uma fotografia, uma pintura, uma escultura e passar horas tentando entender onde ocorreram as primeiras pinceladas, as primeiras composições de cena, a primeira batida de uma talhadeira.
Edvard Munch explorou bem o tema, criando quadros famosos como: O Grito, Desespero e A menina doente. São composições que, para quem não conhece a história do artista, nos deixam perplexos e ávidos por adentrar os limites da tela e respirar o mesmo ar que suas ‘musas’.
A tentativa é sempre livre.
Na fotografia, um bom exemplo dessa nossa obsessão pode ser conferido nos cliques da alemã Vanessa Meyer.
Ou ainda, no trabalho da fotógrafa Nóra Mehrmeer.
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